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Que bonito não seria um conto sobre vovó Elza e sua amizade com os dourados e as tilápias, os almoços de domingo, a sesta nas redes dependuradas nas árvores centenárias, as folhas caindo com a chegada do outono e rodeando as margens do riozinho. As saracuras entoando cantigas fúnebres bem rimadas, fazendo as bracatingas farfalharem. O mato alto não é muito poético, pode-se deixar de lado, assim como os borrachudos pinicando a pele alvíssima de Tia Tereza. Os dizeres de homem rude de Tio Carlo também. Mas lá vem o menininho de Rosana, sorridente feito quem não sabe que para além do matagal, mais precisamente numa casa de alvenaria, encardida posto que a cal nunca fora pintada, há-se algazarra e tapa daqui e tapa acolá e sua tia Clotilde apanha do marido mais uma vez.

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Thiago de Oliveira

fragmentos apenas. contos, poemas e crônicas estão maturando ou concorrendo a concursos por aí.